Montanhas, rios, céu,
Sociedade doente
As pessoas são ruins umas com as outras
O sistema
Hipocrisia
Política
Corrupção
E não sou mais um cara novo
Nem feliz
A revolta sucumbiu ao natural
Processo de envelhecimento burguês
O pequeno consumidor
Não passa de mais um mercatário no mercado
Da mercadoria da vida
.
As montanhas não vêm
Nem Maomé, nem Messias,
E não dá para ser zen
Do mestre Caeiro não sou seguidor, embora o almejasse,
As pedras rugosas bradaram no caminho e nem o João Cabral me petrifica,
Como se minha infância fosse uma ilusão,
Não basta ser eu ou qualquer outro,
.
Caindo no abismo como um rio desce a montanha.
Não sou mais paulistano, nem maluco,
Não sou mais natural que um urbano,
Não sou mais humano,
Sou um nada no universo
Num verso
único,
Na natureza selvagem não sobrevivo,
Atravesso uns versos, perverso,
Contra todos, controverso,
.
Sou frente sem verso.
Liberdade?
Amor?
Felicidade?
Por que agir? Por que esperar?
Não sou versado,
Até o céu se foi,
Sou o inverso,
.
Sem verso
Sem…
.
Paulo CABELO